Papo de Terreiro: maio 2016

Tradição do candomblé yoruba



Olá meus Irmãos! Bora pra mais um Papo de Terreiro? E o assunto agora é:

Tradição do candomblé yoruba

Por.Alef de oxaguian


Aqui abaixo descrevo um pouco sobre a tradição do candomblé keto da Bahia.

Tudo começou por princípio do ceculo xix quando aqui no brasil chegaram princesas africanas trazidas de reinos yorubas como keto oyo abeokuta osogbo ile ife e save trazendo com elas suas culturas africanas de terras yorubas.

Com elas vinheram os cultos dos orixás também com elas vinheram inúmeros sacerdotes também yorubas que ajudou com a construção do candomblé no Brasil.

O nome delas são iya adeta iya akala iya nasso e os sacerdotes foram tio bamboxe obitiko, babá assika e muitos outros que seus nomes se perderam com o tempo.

A princípio o culto aos orixás era extremamente proibido a ponto de acontecer prisões torturas e até mortes causadas pelas autoridades daquela época pois a única religião aceita na época era o catolicismo a ponto de tratar a religião yoruba como culto pagão adoração a satã. 

Eram condenados a prisão aqueles que fossem pegos cultuando orixás. 

Daí então os negros se juntaram e fizeram confrarias mor.

E os de origem yorubas se reuniam aos fundos da igreja da barraquinha para faser seus cultos voltados para os deuses yorubas sicretisando com os deuses católicos pois fingiram cultuar Santos católicos daí surgiu a forma de expressão qual o seu Santo?dando origem ao sincretismo religioso ex.Santa Bárbara é iansan são Gerônimo é xango. 

Logo as princesas foram despejadas da barraquinha pois tinham que faser a reforma daquele bairro .

Quando reunidas na barraquinha chamavam aquele espaço de ile axé ayra  intile depois foram transferidos para a atual Av.Vasco da Gama no engenho Velho da federação em Salvador Bahia Brasil e lá recebeu o nome de ile axé iya nasso oka dando principiu ao primeiro terreiro de candomblé de nação keto do Brasil. 

Iya nasso ates de ir embora novamente para conviver em sua terra de origem e lá  veio a falecer deixando em seu lugar a sua escrava alforriada Marcelina da Silva oba tossi que tinha duas filhas chamadas Maria Júlia Conceição e Maria Júlia Figueiredo e daí deu - se continuidade ao candomblé da casa Branca do engenho Velho da federação. 

Neste terreiro somente são  iniciadas mulheres os homes recebem o cargo de ogam não a se quer um homem iniciado como elegun naquela casa de culto aos orixás. 

Lista de sacerdotisas que ocuparam o cargo de iyalorixa daquela casa.

Foram elas:

Iya nasso
Iya oba tossi
Iya Maria Júlia Figueiredo
Iya ursulina Figueiredo
Iya maximiana Maria Conceição
Iya Maria Deolinda dos Santos
Iya Marieta Vitória Cardoso recentemente desaparecida
Iya altamira Cecília dos Santos.

Esta casa e a matriarca de todas as outras de tradição keto ligada extremamente a esta. 

Ex.ouve uma disputa após o falecimento de Marcelina oba tossi.

Esta disputa foi feita entre Maria Júlia conceição e Maria Júlia Figueiredo para ver quem iria permanecer iyalorixa da casa Branca a casa ficou para a substituta legal que tinha o cargo de iyakekere Maria Júlia Figueiredo então afastou - se Maria Júlia Conceição  com demais membros desse axé e também no engenho Velho fundou o terreiro do gantois o ile omi ase ya masse casa da famosa mãe menininha do gantois deixando em seu lugar a iyalorixa mãe pucheria. 

Esta casa somente assume o posto de iya lorixa descendentes direta de Maria Júlia Conceição.
Lista de sacerdotisas do gantois:

Maria Júlia Conceição.
Mãe pulcheria
Maria da Glória Nazaré
Mãe menininha do gantois
Mãe Cleuza Millet
Mãe Carmem. 

Essa casa também deu origem a muitas outras também quebrando o tabu de não iniciar homens.

Também outra casa foi fundada após outra discussão a qual mãe aninha obabii iniciada por oba tossi afastou - se e fundou o ile axé opo afonja em 1908 no Rio de Janeiro e em 1910 na Bahia.

Lista de sacerdotisa do ile axé opo afonja:

Mãe aninha oba bii
Mãe bada de oxalá
Mãe senhora de oxum
Mãe ondina

E a atual iya lorixa mãe Estela de Oxóssi. 

Os candomblé de tradução yoruba tem como título candomblé de nação keto essas casas de axé tem o título de candomblé Keto de tradição jeje nagô trazidos do Benin e Nigéria.

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Babalorixá Oríosè


Asé!


SEBRAE e RÁDIO PAPO DE TERREIRO iniciam uma nova parceria com uma série educativa.



SEBRAE e RÁDIO PAPO DE TERREIRO.
Iniciam uma nova parceria com uma série educativa.
A Rádio Papo de Terreiro estando sempre á frente em busca de trazer o melhor conteúdo ao Povo de Orixá, inicia uma parceria com o SEBRAE e traz para você o PAPO DE ESPECIALISTA
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“Sabe o que que eu mais gosto nessa série do Sebrae “Papo de Especialistas”? É que o papo não é engessado não. A conversa do Cazé com um consultor especializado em gestão avançada faz a gente pensar em vários aspectos da gestão na pequena
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Terreiros do Brasil no processo histórico da tradição e da modernidade





Olá meus Irmãos! Bora pra mais um Papo de Terreiro? E o assunto agora é:
 
Terreiros do Brasil no processo histórico da tradição e da modernidade: 
a sociedade brasileira, os anagonus, suas crenças e costumes. 


por: Celso Ricardo Monteiro

As religiões de matrizes africanas trazidas para o Brasil em meio ao processo escravocrata trouxeram contigo um largo histórico cultural, vivenciado pelos diversos povos que em comum, possuem o berço. No que tange os seguidores de Orixá, o bem estar social está associado ao como os indivíduos se posicionam neste mundo em que eles vivem, de acordo com os dogmas e cultura de suas tradições. Para tanto, é comum o uso de oferendas ritualísticas, usadas para garantir o equilíbrio do homem e da sociedade humana, além do bem estar social, a fertilidade, sustentabilidade política e outros avanços da sociedade africana, que garantiriam mais tarde, melhor qualidade de vida para tais povos na terra mãe ou em espaços outros, para os quais foram sequestrados.

Quando falamos de tal seguimento, acredita a sociedade brasileira que estamos nos referindo apenas à uma fusão de comunidades-nações e civilizações africanas que se transformaram no tal Candomblé brasileiro praticado no sudeste do Brasil. Tamanho engano, permite que estudos sejam feitos ao longo dos anos e, comprove que aqui há a existência de inúmeras religiões oriundas da África e, esta diversidade cultural religiosa, aqui existente aparece na historia do Brasil como prova, de como tais civilizações foram extraídas de sua terra de origem e mantida noutros territórios. Mais que isso, o candomblé e as tradições co-irmãs não são apenas religiões, mas sim, universos coletivos, onde a vivência pauta-se pelo conjunto de códigos e valores que orientam a vida das pessoas, a partir de seus ancestrais. Aqui, a fé é um entre os vários elementos que determinam o bom andamento e a conduta dos sujeitos.

A crendice e imposição dos senhores feudais imperaram e, agruparam diferentes povos num único espaço, sem contudo considerar a diversidade de hábitos e costumes tradicionais, mais tarde alterados pelo processo histórico. Mais isso não foi suficiente para eliminar a civilização dos “anagonus.”

Para o grupo dominante um problema: conciliar dialetos, culturas, valores e outras diferenças, extraídas do Golfo da Guiné, Sul da África, Dahomé, Benin, Ijebú, Congo, Cabila, Ile-Ifé e tantas outras regiões africanas, cujo reinado acontecia a partir de sistemas diferenciados, fato este, que deveria no caso da cidade vassala de Oyó, considerar a Dinastia Monarca da família real, onde o Aláfin e outros homens daquela cidade, utilizavam-se do casamento simultâneo, considerado crime no Brasil. Como Reis, Rainhas, Sacerdotes e demais lideranças, acompanhados de seus pares, foram seqüestrados e tratados como “lixo” não foi considerando importante é óbvio, em momento algum da história, as especificidades de tais povos, nem tão pouco sua fé ou crença e cultura, que como querem alguns “gurus da academia” hoje estão necessariamente ligados a um sistema religioso. Um exemplo é o culto aos ancestrais, proferidos em toda África, com formato, rituais, valores e motivos diferenciados, não afirmando um consenso obrigatório, porém todos com fundamentação, origem e jeito de ser.

Mesmo que com alguns conflitos aqui reproduzidos, Iyá Kalá, Iyá Adetá e Iyá Nassô reproduziram com excelência o culto a seus antepassados em solo brasileiro, assim foi também com o culto as demais divindades do povo negro-africano.

Para nós pesquisadores de África, isto significa uma das maiores vitórias daquele povo, que conseguiram ao longo dos tempos, assegurar e noutro momento histórico, fazer ressurgir o que sua terra de origem tem de mais forte e real, pois pouco a pouco, as divindades da caça, da pesca, da agricultura, da fertilidade, etc, foram ganhando espaço no território brasileiro, mesmo com a ocorrência de mortes significativas e como na África, o Culto de Orixá foi se fortalecendo familiarmente através da oralidade tão usado por seus clãs, com toda a sua adversidade.



Com o tempo, o sincretismo como metodologia utilizada para “salvação de tais cultos ritualísticos”, foi popularizando e aproximando tais religiões da população ou vice versa. A auto-identidade foi se afirmando junto á chamada consciência negra e tanto às voltas da Costa Marítima, como nos centros urbanos, as religiões de matrizes africanas foram fincando raízes e escrevendo sua historia, apoiadas em suas mitologias, tecnologias, culturas e ritualísticas.

E como não podia deixar de ser, o equilíbrio foi se instaurando entre os diferentes povos, resultado este do autocuidado individual, no que se considera a sua religação com divindades inúmeras, através dos métodos hoje chamados por alguns de “tradicionistas”.

O respeito ao outro, a formação cultural a partir dos valores étnicos, a comunhão e tantos outros valores, foram fortificando a essência humana, que o povo iorubá entre outros, mantém através de suas práticas religiosas, ainda na nova era. O auto respeito, o autocuidado, o diálogo, a hierarquia e posteriormente a reforma tradicionalista (voluntária), juntou estas tradições à realidade burguesa-ocidental, e implementada no Brasil de costumes indígenas. Isto fortificou a necessidade do cuidado para com o outro, lição, mais tarde, reaprendida com a epidemia de Aids, que trazia nos anos oitenta, a tarefa de dar atenção básica a pessoas acometidas por um mal que ninguém conhecia.

No Brasil atual o quadro pede formulação e implementação de políticas públicas, levando-nos para o diálogo com uma elite, que não conhecia nada disso no início do século vinte, mas que agora, ocupa espaços consagrados na comunidade internacional.

Esta mistura étnico-cultural que permite também a presença do cristianismo (imposto), deu vez à reforma das práticas, das disciplinas, do convívio e do diálogo pacífico com os diferentes, hoje reproduzidos nas atividades inter-religiosas que tanto colaboramos ou protagonizamos. Essa se transformou em uma das questões mais presentes entre o povo de santo, o que significa na prática, muito debate e ausência de consenso, dada as diferenças políticas, geracionais e culturais que norteiam estas relações.

Novos tempos foram ganhando suas vezes. Tempos de Procópio, Aninha, Mãe Menininha do Gantóis, Moriçoca, Goméia, Zé de Obakosso, Gaiaku Luiza, Luiz de Jágun, Estela Odekaiyode, Caio Aranha Obainan e tantos outros ícones, que acrescentaram e muito na historia do povo afro-brasileiro, considerando sua qualidade de vida e desenvolvimento humano. Mas, agora é a vez da juventude que compõem este universo.

Ao processo contínuo de readaptação, agora, é a globalização, “filha mais nova” do sistema, no Brasil pós-colônia e, tantos outros fatos ou momentos políticos, que ameaçam a tradição e as religiões hoje afro-brasileiras, incentivando a incorporação de novas praticas que podem ou não, a depender do ponto de vista, ferir a essência ou afetar a eficácia de segredos e espaços sagrados destes povos, configurando aí um novo desafio aos novos e antigos atores, que simultaneamente, tentam driblar a ingerência dos opositores, diante novamente da necessidade de uma estratégia de salvação, agora ainda mais eficaz, mas muito próximo do mercantilismo, individualismo e brigas por posse ou poder.

É como se as mesmas diferenças existentes na África (sociais, políticas por vezes partidárias, climáticas, regionais, revolucionárias, etc…), fossem uma constante também no Brasil, vistas por muitos como algo responsável pela transformação de tais religiões, hoje associadas á nova geração de sacerdotes e sacerdotisas, que deixam para trás, através da morte de seus genitores e mestres, algumas práticas e conhecimentos, dando vez a uma nova forma de se religar á Deus, nem sempre compreendida pelos mais antigos, mas interpretada como processo natural do novo mundo ocidental, que deve reciclar e democratizar tudo, sempre. Ainda assim, existem os grupos conservadores mesmo que composto por alguns jovens, que não compartilham das mudanças na totalidade.

Vale também a informação que segue: os anos oitenta e noventa, permitiram uma outra readaptação destes povos, que deixavam para traz o regime hierárquico ditatorial, praticado pelos mais velhos e, passam a dar oportunidades para um sistema facilitador nas articulações internas dos espaços religiosos, permitindo que o diálogo sobre relações humanas fosse ampliado e alguns importantes tópicos, como por exemplo: a sexualidade, também entrasse para as discussões. Com isto, a igualdade de tratamento entre sacerdotes de diferentes gerações, bem como a abertura de tais religiões, para a realização de determinados estudos e registros de suas histórias e culturas, passa á ser fato real, que considera o avanço das religiões de matrizes africanas nas grandes cidades pautado pela notável vinda dos africanos para o Brasil nos anos 90; a influência do inglês e do francês, no dialeto iorubá e mais tarde, nos hábitos afro – descendentes que incorporam por exemplo, o uso da tecnologia alheia; o respeito as relações de gênero e orientação sexual e ao como este processo se dá no espaço sagrado e nas demais partes da civilização ocidental cristã ou cristianizada, além da ampliação dos espaços da comunidade Terreiro na América Latina como um todo; a Santeria, hoje, objeto de estudos de acadêmicos e religiosos brasileiros e franceses, além de perpetuação do culto de Orúnmilá – Ifá por meio das religiões Afro-americanas, sobretudo em Chicago, permitindo uma maior e melhor troca de experiências e conhecimento sobre tudo entre as lideranças de mesma etnia, o que viria a representar uma descentralização do conhecimento geral, tão almejado por tantos e, posteriormente garantir uma outra relação do individuo com seus pares e a sociedade ampliada.

Esses dados são importantes para se pensar nos avanços culturais das civilizações africanas e, mais tarde no crescimento de seus descendentes nascidos no Brasil, sobretudo o povo de Terreiro. Mas e agora, o que fazer?


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Fonte: revista africas
Foto: Casa de Oxumarê

APETRECHOS RITUALÍSTICOS: O XAORÔ


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APETRECHOS RITUALÍSTICOS: O XAORÔ




Xaorô – Tornozeleira de palha da costa usada durante o recolhimento para o processo de iniciação... pois bem, respondido? acredito que não, podemos espremer mais um pouco pra ver se dá um suco né? vamos lá então...

O Xaorô (Saorò) é primordialmente usado em honra a Iemanjá, a mãe de todas as cabeças, e a Obaluaye. 

Sendo este um dos símbolos da iniciação, serve para que os movimentos do iyawò (iaô) sejam seguidos, facilitando sua localização pela mãe criadeira.

Conta um Itan (lenda) que iemanjá foi quem confeccionou o xaorô e o colocou em Obaluaye, seu filho adotivo, para poder encontrá-lo e assim, cuidar dos seus ferimentos:

"Obaluaye sabendo-se leproso e que, por isto causava nojo e medo a todos que dele se aproximavam, procurava sempre se esconder, dando muito trabalho a IEMANJÁ para encontra-lo.

IEMANJÁ resolveu prender nas vestes de Obaluaye, diversos Xaorôs, que facilitava a sua localização. E assi poder acompanha-lo e cuidar de suas feridas".

O Xaorô, assim como contra-egum, umbigueira e o mocã só podem ser utilizados após serem sacralizados com banhos de folhas frescas e outros elementos.

Composto por um ou dois guizos, o xaorô é preso com fios trançados de palha da costa no tornozelo do iyawò. É colocado na perna esquerda, se o orixá for masculino e na perna direita, se o orixá for feminino. Em alguns axés não se coloca xaorô, usa-se uma pulseira, um idé, na cor preferida do orixá da pessoa, sem distinção de sexo da divindade. Em outras casas, se o orixá for masculino, usa-se o xaorô no tornozelo esquerdo, e se o orixá for feminino, é colocado um idé no tornozelo direito.

Este e outros objetos têm como objetivo resguardar o corpo do iyawo na sua iniciação, sendo o xaorô o responsável pela proteção dos membros inferiores, rechaçando toda a negatividade.

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